"Mãe, eu queria chorar.
O choro, o sentimento doido, a barriga como que presa entre os joelhos e os seios.
Chorar por compaixão, solidão, felicidade, amizade, amor... saudade.
Mas lagrima de amor eh caso a parte.
Quantas vezes meus olhos não marejaram ao saber que o Amor voltara?
Quantas vezes meus olhos não secaram pela angustia do desconhecido a caminho?
Ou ainda (tantas vezes!) quando o amor parte sem deixar sacola... quando não pretende voltar... Lagrimas que caem por um amor unilateral, ate' banal! que teima em se manter assim!
E quando a gente a procura e ela teima em não sair? Eh medo, eh abandono... pois uma lagrima nunca mais retorna a casa...
Não sei.
Queria chorar, mas não consigo.
Por que as lagrimas teimam em ficar dentro desse corpo?"
(RC, escrito nos idos de 1986 por mim, ainda adolescente. Ilustracoes minhas)
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