ESPELHO, ESPELHO MEU! ESPELHO CRUEL O SEU! (RC)

Gente! O que é isso? Espelho de Boutique??? O que ele (o espelho) tem contra nós??? Por que espelho de loja é diferente do espelho da casa da gente???

Ontem fui dar uma voltinha no bairro do Leblon onde fico (já falei isso antes??? ) e não resisti e entrei numa lojinha para ver uns vestidinhos. Até ai tudo bem, se não achasse que precisava experimentar antes de comprar (bendito era o Tempo quando comprava só de olhar e sabia que ia “cair como uma luva” naquele corpicho de outrora!).

Realmente não sei o que há: para que tantas luzes, tantos espelhos para ver de lado, de frente, de costas!?? A gente consegue ver tuuuuuudoooo, e o que menos a gente consegue focar reparar é na roupa, não? Gasta-se muito mais tempo vendo “aquela” gordurinha “nova”, “aquele” furinho que antes não havia... aquela veiazinha que estourou e você nem ouviu o barulho!

Bem, sobrevivi ao espelho alheio e comprei uns vestidinhos monocromáticos (meu marido diz que eu sou muito “chamativa” com minhas estampas e profusão de cores, e realmente, as vezes – eu disse as vezes – gosto de economizar nas cores!). Ainda bem que sou tamanho “médio” como diz minha filha (mal ela sabe que sou na verdade tamanho “PP”, na altura, claro... porque na largura... socorro!!! ). Já pensou se eu fosse alta? Seria uma peruona-quase-um-travesti!

Bem, mas não é mesmo fácil fazer compras quando se está acima do peso. Quase nenhuma loja está preparada para “você”, se você está “gordinha”. Ao entrar, aquela vendedora magérrima te olha de cima abaixo e já te crucifica, e nem mesmo sabe se você está lá procurando uma roupa para a sua prima de 10 anos!

Na Revista Veja de Novembro (ainda) deste ano, há uma reportagem sobre Sociedade X Gordinhos ("A vida muito acima da média"). Vale a leitura. Há um destaque que aqui reproduzo, acerca de problemas comuns enfrentados por gordinhos:

VIAJAR DE AVIÃO
Perceber como cada passageiro torce para você não sentar ao lado dele (...)

IR AO MÉDICO
Enfrentar do novo a balança, ouvir tudo o que já foi dito e ter a sensação de que a culpa é sua.

COMPRAR ROUPAS
Não existe nada no seu número, e os vendedores ignoram a sua presença ou fazem cara de alívio quando você sai.

IR A PRAIA
Expor o corpo em trajes que revelam tudo o que você gostaria de esconder e virar ponto maldoso de referência..

COMER EM PÚBLICO
É como se sentar perante um tribunal que está controlando cada garfada e emitindo juízos de valor.


Assim, desejo boa sorte na próxima vez que se depararem com espelhos ultrapotentes das cabines das lojas!
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(RC)

Um comentário

  1. Olá!
    Custei mas vim!
    Sim, todas as coisas que fazemos em público parecem mais difíceis quando estamos com sobrepeso. A condenação vem antes do ato, sempre.

    Mas é muito interessante pensar e escrever sobre isso, pois assim quem sabe não conseguimos lançar luz sobre o preconceito, né?
    Beijos e obrigada pela visita.

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