FILOSOFIA DE BANHEIRO, por Ronaldo Bressane


“Enquanto esvazio o corpo no vaso, um livro me preenche a alma”. Mais ou menos assim Rubem Fonseca descreveu, em um de seus contos, a dupla operacao que empreendemos ao ler no banheiro (…).

“Quando alguem se poe a ler Kant ou Nietzsche, nao faz so exercicio de leitura, mas um profundo estudo, que nao se encerra antes de bons vinte anos. Os filosofos de banheiro, cientes das urgencias da modernidade liquida, sintetizam a esolastica numa frase; a patristica em um desenho; o existencialismo num respingo de urina”, escreve o blogueiro Fernando Gouvea (Gravatai Merengue).

Assim, vejamos obras de autoria desconhecida – mas cheias de significado – recolhidas em banheiros por ai:
- “Eu achava que era indeciso, mas agora nao estou tao certo.”
- “Se um cao bater em tua porta, nao abras. Nao e cao pois caes nao batem a porta”
- “Casar pela segunda vez e o triunfo da esperanca sobre a experiencia”
- “Comecei uma dieta: cortei a bebida, cortei a comid, e em quatorze dias perdi duas semanas”
- “O mais grave anonimato e o do sabio. Nao ha como reconhe-lo. Nao e sadico para humilhar. Nem vaidoso para ostentar”
- “Vagabundo autodidata. Levei a vida na marola. Segui ao pe da letra a placa: CUIDADO-ESCOLA”
- “A falsa modestia e o rato Escondido com o rabo de fora”
- “Se voce acordou de manha e evidente que nao morreu durante a noite. A felicidade comeca com a constatacao do obvio”

Frases de escritores, poetas e jornalistas, que habitam o Twitter, como o gaucho Carpinejar (@carpinejar), o cearense Xico Sa (@xicosa), o mestre carioca Millor Fernandes (@millorfernandes).
Livro: Filosofia de Banheiro, de Gregory Bergman
Fonte: Texto de Ronaldo Bressane, na Revista VIDA SIMPLES, dez 2009, edição 87.
NOTA (RC): Adorei essa matéria e a reproduzi somente EM PARTE aqui, ok? 

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