(U.M.E.) MOTIVAÇÃO! DE MÃE (RC)


O Tema deste mês no BLOG é: MOTIVAÇÃO!

Mas, claro, o Dia da Mães está chegando e eu deveria falar sobre ele (o dia), ou devia falar sobre ela (a mãe).
Mas quer mais MOTIVAÇÃO do que aquela dada por uma Mãe? Que não exatamente a nossas, mas a do vizinho, a da amiga, a que nos deu a luz, a que nos criou como se nos tivesse dado a luz!

Dizem que ser mãe e’ padecer no Paraíso.
E que amor de mãe e’ incondicional.

Sobre padecer no Paraíso não estou bem certa... pois apesar da dureza do dia-a-dia, um beijo, um queijo, um chamego, um dengo sem hora marcada, de reperente, e’ tão bommmmmmm.... e todo o mais e’ esquecido... nada parecido com padecer no Paraíso... so’ o Paraíso.

Meu marido costuma dizer que eu não lembro de nada desse tipo: das noites mal dormidas, das golfadas na parede, dos sustos no quintal, do bico do peito que rachou e até sangrando eu continuava tentando amamentar (mordendo a ponta da toalha de tanta dor).
Se não e’ ele para me lembrar dessas coisas... eu não lembro mesmo, de verdade. As vezes uma amiga me conta algo ruim sobre seu filho e eu penso: poxa, isso nunca me aconteceu! Depois, mais tarde, lembro que aconteceu sim, mas que tinha mesmo “deletado” (sim, estava la’ no “Lixo”, mas se alguem não desse o “retornar a origem” – no caso a minha memória -, ficaria la’ para sempre).

Ja’ faz mesmo um tempo que minha mente tornou-se seletiva. Quando resolvi não ocupar mais espaço do que o devido com firulas, com bobagens, ou besteiras, ou com algo como apertar o botão do mobile e apenas clicando a primeira letra do nome (ou mesmo um unico numero) o telefone de sua melhor amiga, do seu marido, do seu médico (ou até mesmo da sua casa!) estava lá: prontinho para ser discado, e você só precisva apertar mais um ou dois botões, no máximo! Para que guardar aquele monte de numeros de telefones e datas de aniversarios, como a gente fazia a bem pouco tempo (eu disse bem pouco tempo) atrás? Sim, alguns vão responder: para exercitar a memória, a cabeça, para ela não parar! Tudo bem. Mas tem coisa melhor com que ocupar a sua mente.
E lá fui eu... parlando, parlando... e mudando de assunto. Voltemos.
OK. Sobre padecer no Paraíso. Parece, mas não e’. Não para mim...

Mas... quanto ao amor ser incondicional... ah! Isso sim!

Acho que ninguém sabe disso, mas na minha primeira gestação, num dos exames de rotina, apareceu que eu tivera (antes) um contato com Toxicoplasmose (meu marido ate’ hoje acha que foi um gatinho que acariciei em Buzios... pobre do gato!). Precisei tomar remédios especiais. Mas não foi esse o ponto. O ponto foi quando o meu Obstetra disse que eu precisava fazer um exame que analisaria o liquido aminiotico, para saber se o bebe era “perfeito”.

Minha barriga (não lembro quantos meses eu estava) ja’ era bem grande. Fui sozinha.
Quando entrei para fazer o procedimento (eles simplesmente enfiam uma agulha de uns 30 cm na sua barriga para extarir o material para análise) o médico me perguntou: você sabe o que e’ isso? Para que serve isso? Eu respondi que sim.
E ele perguntou: e se ele não estiver bem, se não for perfeito, se for “especial”?
E eu repondi: não muda nada, Dr. E’ meu filho , eu o amo, de uma so’ maneira, e se tiver que ser especial, o sera’. E quando ele (o médico) deu as costas eu falei bem baixinho com meu bebe (ainda nao sabia que era uma menina): eu te amo, incondicionalmente, venha como tiver que vir. Especial? Que seja! – chorando baixinho, claro! (preciso dizer?)

E, por fim, Deus me deu minha primeira menina de fato “especial”, especialissima: meu jeito, meu caráter (bem, e’ o que parece: um bom caráter, claro!), minha alegria, meu sentimentalismo, as vezes melancolia ou carencia (sem motivo, registre-se), inteligencia, esperteza, agilidade, cabelos loiros, olhos azuis, corpo... Tudo eu! De novo! Dando-me a chance de rever-me pequena, enquanto a ajudo crescer e se desenvolver, dando-lhe indicações de valores e de modos de vida e de escolha – e assim fazendo, podendo rever meus próprios meios de fazê-lo.

Sim, nasceu absolutamente saudável, e com um plus: alguns quesitos acima da média. No começo ate’ tinha vergonha de contar as conquistas dela, e das coisas que ja’ sabia e fazia para as outras pessoas, por parecer que estava a me gabar, ou a mentir... passou um tempo que nem contava... no fundo achava aquele desenvolvimento era mesmo “normal”... depois e’ que vi que era “especial”.

Acho que ela ouviu quando eu lhe disse naquele exato momento da perfuração o quanto a amava e que se viesse “especial” nada mudaria para mim. Veio sim, especial, por tudo o que ja’ disse aqui. Não, não nasceu com Sindrome de Down, como poderia ter acontecido.
O que estou tentando dizer e’ que ali, naquele único instante, estava comprovado dentro de mim (literalmente) o que “o povo” tanto diz:

AMOR DE MÃE E’ MESMO INCONDICIONAL.
(RC)
 
Em tempo (RC): para quem não percebeu, a foto que encabeça esse POST é uma ´´superposição´´ de uma foto minha de infância e de minha filha mais velha...

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