'Você se considera uma Mulher Independente? Por quê?' ou ´NAQUELE MOMENTO´ (RC)

'Você se considera uma Mulher Independente? Por quê?'

Essa pergunta chegou até mim, por email, enviado pela TAT  da SINTALIGA e... bem... deu pano pra manga!  Ops! Deu letrinha pra caramba!


Essa perguntinha parece simples de responder: sim.. ou... não! Porque...
Mas te digo: não é!
Te digo mais: o que quer dizer ´´MULHER INDEPENDENTE´´?

Outro dia mesmo, respondendo a uma amiga que só conheço pelo pseudonimo: MULHER NA POLICIA, eu dizia ´´fui criada sem o estima de ´casar e ter filhos´, fui criada para fazer ´´bem feito´´ o que eu escolhesse fazer, trabalhar, ou casar e ter filhos, ou tudo junto!

Quando comecei meu primeiro emprego e estudar (não exatamente nessa ordem) tinha em mente que o que eu decidisse para mim, seria o que de melhor eu pudesse fazer NAQUELE MOMENTO.

E assim foi: estudei Teatro ao mesmo tempo que Direito, e chegou uma hora que me senti na mnha primeira grande questão: escolher ou um ou outro, porque queria fazer ´´o melhor NAQUELE MOMENTO´´ e ´´levar´´ os dois ao mesmo tempo não me pareceia razoável.
Optei então pelo Direito. O que foi muito bom. O lado ´´artístico´´, digamos assim, usava durante as Audiências (que sempre amei) e os ´´estudos das grandes obras´´ me ajudou à época com a Filosofia e Sociologia e também nas arrebatadas e passionais (quando era possível) petições que eu escrevia.

Depois que me formei tinha meu próprio escritório, após deixar o Banco (ou ele me deixar) onde também advoguei por um período. E também naquela época, precisei mais uma vez decidir: manter o escritório funcionando ou trabalhar em casa, porque os custos estavam ficando muito altos. E mais uma vez tomei a melhor decisão ´´NAQUELE MOMENTO´´. Montei-o na casa de minha mãe.

Ainda tive outra grande questão a enfrentar, quando namorei um Frances e foi difícil ´´ficar ou não ficar´´ no Brasil! Fiquei. Foi o melhor NAQUELE MOMENTO.

Não foi muito tempo depois que conheci meu marido: dia 29 de agosto. Começamos a namorar numa espécie de ´´intensivão´´ e já no final do Ano estávamos comprando juntos a Árvore de Natal nova, decorando a casa, etc. Casei meses depois. Mas ainda no comecinho do namoro, quando se espera que os casais não se ´´desgrudem´´, que o amor e a paixão esteja no ápice, dia 7 de setembro eu disse pra ele: ´´Olha, vou viajar. Vou ver meus tios e primos. Você fica ai.´´ - ele ficou maluco! (até hoje ele fala no assunto...): ´´Como assim´´, acabamos de engatar um ´´relacionamento sério´´ e ela vai viajar SOZINHA no ´´PRIMEIRO FERIADÃO´´???´´. E fui. Talvez ai tenha sido uma das mais sábias decisões NAQUELE MOMENTO, pois como se eu estivesse ali gritando para ele: ´´INDEPENDÊNCIA OU MORTE!´´. Ali eu sinalizava que, tudo bem, sim, estava apaixonada, cheia de amor verdadeiro, etc, etc, masssss... que tinha minha independência, sim!

Hoje, como EXPATRIADA, vivendo em OUTRO PAÍS, sem ´´autorização legal´´ para trabalhar (se assim o desejasse), poderia pensar que passei a ser ´´dependente´´, como muitas mulheres também podem se sentir - mesmo sem ter precisado sair de casa. Muitas esposas vivem ´´as custas´´ do marido! Uau! E dai? Isso as faz mais ou menos INDEPENDENTES?

Respondo que NÃO! A dependência não tem nada a ver com ´´grana´´ mas com ATITUDE.

Os motivos pelos quais uma mulher não tem seu próprio dinheiro, pois - por exemplo não trabalha fora de casa – não faz dela mais ou menos independente também.

Nós, mulheres, esposas ou não, expatriadas ou não, fazemos nossas escolhas a todo tempo e hora! Somos nós a ´´comandar´´ a nossa vida, ainda que a escolha NAQUELE MOMENTO possa parecer ´´ser dependente´´.

Putz! Contei (que os homens não nos ouçam!): o ´´pulo da gata´´ está ai: INDEPENDÊNCIA OU MORTE!

Bjs! E bom FERIADÃO para quem está no Brasil!
(RC)


6 comentários

  1. Independência completa, felicidade plena e tudo que é definitivo e absoluto simplesmente não existe no mundo... Mas sinceramente eu prefiro e acho que sempre vou preferir, sendo uma relativamente dependente ou independente, ter o dinheiro do meu trabalho. Nada contra quem é sustentada pelo marido... Mas eu já fui meio que sustentada pelo meu primeiro marido, e não gostei da experiência...

    Beijocas

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  2. Adorei o texto! Concordo que esse "sentir-se" dependente é o que nos torna dependentes realmente! Quando engravidei pela segunda vez, senti que o melhor "naquele momento" seria me dedicar ao meu lado mãe. E até hoje tenho amigas que criticam tal atitude... e eu? fiz o meu melhor... não me arrependo. E o fato de estar em casa não me tornou "dependente" do meu marido! O melhor no momento quem decide somos nós, sempre! Grande beijo!

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  3. Oi, Renata.
    Também acho que independência não tem muito a ver com grana, mas verdade seja dita: quem manda é quem está com ela...
    Não trabalho fora (agora) e meu marido me dá inteira liberdade para gastar como quiser, não pede conta de nada. Mas ele sabe a mulher que tem, por isso fica tranquilo.
    as sou independente, sim, no sentido de que faço o que quero, na hora em que quero (mas tudo em função de todos...)
    Beijo!

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  4. É verdade, Lucia!
    A noite, quando vou dormir... costumo pensar (ou repensar) o que escrevi durrante o dia e essa questão me surgiu a mente: será que eu falai só sobre a dependencia da grana? Sim, pq é mesmo a primeira coisa que nos vem a mente, mas tb tem a dependencia emocional, a fisica, etc!
    Meu marido ´´controla´´ meu dinheirinho, sim! Já tivemos dificuldade com esse assunto (até onde pode ir o controle, quandoa gente não trabalha?). Mas tentamos encontar o ´´caminho do meio´´, como disse Buda.
    Bjs!

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  5. Dama, querida.
    ´´A UNANIMIDADE É BURRA´´ já nos dizia Nelson Rodigues...
    E tb concordo contigo: obviamente é ´´um saco´´ ´´pedir dinheiro´´ pro marido. Por isso que aqui em casa estipulamos uma ´´verba´´ e ai... bem... fica melhor administrar essa relação horrivel (mas necessaria) com o dinheiro!

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