Imagem: Revista Claudia, Editora Abril
Não é no divã que Arnaldo Jabor analisa a própria história, a construção do seu caráter, dos seus desejos e... revê suas relações amorosas. Depois de 20 anos sem filmar, escolhe o cinema para o encontro com ele mesmo. O resultado é A Suprema Felicidade, um filme que vai emocionar as plateias do Brasil.
´´Homem cheio de certezas, crítico ácido e famoso por tratar a tapas a nata política, Arnaldo Jabor faz uma revelação um tanto singela: está descobrindo, aos poucos, que a vida gosta de quem gosta dela e que, num mundo bruto como anda o nosso, amor e alegria são feito água no deserto. Diferente do jornalista de voz grave do Jornal da Globo que costuma dizer coisas como “O Rio de Janeiro, há décadas, está na mão de governos canalhas”, um Jabor, agora terno, volta ao cinema com A Suprema Felicidade. Seu retorno à arte abandonada há mais de 20 anos, porque estava “duro, sem um troco no bolso”, acontece sob a vontade de rever as coisas simples nas quais acredita. O diretor de oito longas, entre eles Eu Te Amo (1980) e Eu Sei Que Vou Te Amar (1985), explica o filme atual com a expressão “quase de autoajuda”. O roteiro reflete parte da própria história: em Paulinho (Jayme Matarazzo), que aprende o amor e o sexo no Rio romântico dos anos 1950, há muito de Jabor. Sofia, a mãe do protagonista (Mariana Lima), cheia de sonhos, remete à mãe do cineasta. O pai (Dan Stulbach) é aviador, como o seu. O avô (Marco Nanini) tem a generosidade e a alma poética do verdadeiro avô. Marilyn (Tammy di Calafiori), a prostituta virgem, não foi sua, mas de um amigo. O jazz, as marchinhas de Carnaval, a bossa nova e outros ícones que inspiraram a geração do diretor estão na tela. Entusiasmado com a catarse que acaba de produzir, ele concedeu esta entrevista no moderno apartamento de paredes brancas e sacada envidraçada, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Contou de onde tirou as frases de efeito emotivo que pontuam os diálogos e rendeu uma homenagem às mulheres que o fizeram ser o homem que é.´´
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