(U.M.E.) "MENINO MALVADO" (RC)

Eu falava sobre ser boazinha no ultimo POST e acabei falando sobre “cortar caminho” para chegar a uma boa e sincera amizade, então disse porque estava dizendo tudo aquilo – bem, acho que não disse claramente.

É que em certos mometos, como minha comadre me ensinou, eu calo cerradamente e PRINCIPALMENTE NÃO ESTIMULO aquilo que o outro gostaria de ver encorajado e que não é de minha concordância.

Vivemos hoje a ERA DO “POLITICAMENTE CORRETO”, e assim as pessoas se envergonham, até de dizer o que pensam uma das outras: a pessoa logo se defende e diz: “eu não estou julgando ninguém”, ao que eu sempre respondo: “sim, mas criticar não é julgar. E a gente precisa ter senso crítico, sim!”, respeitar as diferenças, sim, mas não por isso recebe-las “em nossas vidas” caso não seja de nosso estilo de pensar, de viver, etc.

Ontem aconteceu um exemplo típico sobre o que eu falava naquele POST: na escola do meu pequeno há um menino extremamente violento (não estou exagerando), ele é daquele tipo que não tão somente bate e espanca a outra criança – se deixarem – por motivo de disputa de brinquedo, mas também apenas pela simples “existência” dela: passou perto, ele “garfa”.

Todas as vezes que ele vai a aulinha (são apenas duas vezes por semana) eu já fico “de olho”, é ele se aproximar do meu menino, que eu monto guarda, e abro minhas asas. Então, ontem, num golpe muito rápido em que virei meu olhar para a direita, ele atacou meu filho pela esquerda! Não tive duvidas em “pular no menino-malvado” digamos assim, e libertar meu pequeno.Não, não estou exagerando: ele tem pelo menos 30 cm a mais que meu filho, embora seja seis meses mais novo, e BATE EM TODOS!

“Fechei a cara” para demonstrar meu desagrado (olha ai o silêncio, quando não se pode falar o que se pensa) e continuamos a atividade pretendida. Observo que nessa escolinha (eles chamam de “PLAYGROUP”, as mães são “convidadas” a ficar junto de suas crianças, pois as mesmas ainda não completaram 2 anos).

Pois bem, então a mãe (que nada fez, posso dizer, em relação ao acontecido – e ele aquela altura da aula já tinha atacado mais de 10 vezes com “gravatas” e empurrões outras crianças – sentou-se novamente junto a nós e virou-se pra mim e tentou dizer algo (podia ter ficado igualmente calada, diga-se). Sinceramente, a INTERROMPI NA HORA. Afinal o “rapazinho de 18 meses” tinha atacado meu filho! Mas... ela “levantou a bola” e eu “cortei”: falei um monte de coisas, coisas que todos falavam, mas “não com ela” se é que vocês me entendem… mas falei com carinho e ternura, mas de forma crua, sim, afim de que ela entendesse que precisava de ajuda: para orientar-se, procurar um médico, para mudar o modo como vem conduzindo a “solução” do problema do filho, que “não” não é nada se não vier consubstanciado em força decisiva e coercitiva, que se ambos (mãe e filho) continuassem nesse caminho, terminariam sós, pois ninguém quer conviver com “gente assim”, quer?

Bem, não preciso dizer que eu chorei, as professoras choraram e as outras mães também se emocionaram e me apoiaram na missão de dar um sacode na mãe. Ela e uma moça jovem e linda, ele, um menino alto, bonito, forte, charmoso (sim, extremamente charmoso, com 18 meses!).

Mas nada disso vai servir para eles no futuro… o que eu disse a ela é que não esperasse ele melhorar “com o tempo”, como constuma-se dizer ou pensar... porque, de verdade, ninguém melhora desse jeito, numa situação tão grave sem ajuda externa. Eu li outro dia e já nem sei se publiquei aqui, mas era uma frase que dizia mais ou menos assim: “Se você deseja novos resultados, mude o que estava fazendo”.

E ai… eu falei as coisas que eu pensava, e me emocionei, sim, ao dizer isso, porque sofro o sofrimento dela – que nunca demonstra – porque sei sim o quão difícil deve ser para ela viver desse jeito… sem saber por onde ir e como fazer… eu só me envolvo por amor, amor sincero.

O caminho tomado não é único, a gente pode escolher outro e mudar, mas a gente nem sempre está enxergando bem... É por isso que eu sempre rogo as amigas, caso me vejam fazendo algo imbecil, perigoso, irresponsável, equivocado, sei lá! Sempre peço que corram para mim com binóculos, óculos, monóculos, luzes, holofotes, lanternas, velas – o que for preciso. Por favor, me ‘acordem”, eu quero viver na luz, não no pesadelo!

No mais... se eu nada digo, desconfiem!


Até o Rio de Janeiro, pessoal (saio em poucas horas!)!

(RC)

4 comentários

  1. Foi uma bela atitude nao deixar pra la,pois fazer de conta que vai tudo bem sem se importar realmente com as pessoas nao é uma atitude de amor. Como dizemos por aqui: Brava!Quando voce tiver um tempinho, tem um selinho pra vc no meu blog.
    Um abraço

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  2. Yes! Its my way! Obrigada Mariangela! To meio sem net nesses dias todos... vou la passar no seu BLOG, ja ja! Bj!

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  3. Oi Renata,
    Vou guardar este exemplo (belíssimo, diga-se de passagem) para tentar aplicar na minha vida, pois em muitos momentos, deixo as coisas prá lá, sabe.
    O que eu gostei é que você teve esta atitude para fazer o que é certo, e não apenas para gerar conflito.
    Abraços!

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  4. Sabe? Tenho horror a briga. Mas conflitos, pra mim já outra coisa... a gente sempre tem unzinho, não tem? E nesse caso, a mãe até me agradeceu... me abarçou (coisa que Tailades não faz: se tocar)... mas ia seguido do episódio para o Brasil... quando voltei pra cá mudei de escolinha... mas soube que o filho (e ela... pois entao...) nao mudram nada...
    Bem fiz minha parte...
    Bjs!

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