"A garotinha, de pouco mais de três anos de idade, tentava rabiscar a agenda da mãe e esta lhe dizia, com carinho, apontando o caderno que estava ao lado: "filha, esta agenda é da mamãe, e este caderno é seu. Você pode escrever no seu caderno, não na agenda da mamãe. Está bem?"
A filha tentou, disfarçadamente, mais algumas vezes, mas a mãe se manteve firme no propósito de educar e colocar limites nas ações da criança.
Minutos depois, o pai entrou na sala e a menina fez uma nova tentativa. Levou o lápis sobre a agenda da mãe, mas o pai a orientou: "querida, escreva no seu caderno e não na agenda da mamãe."
A garotinha, esperta como toda criança, sentiu que não teria a ajuda do pai e passou a agir certo.
Se o pai tivesse apoiado a atitude da filha, contrariando as orientações da mãe, certamente a criança saberia onde buscar aprovação quando a mãe lhe negasse algo.
Felizmente aquele casal sabia educar com sabedoria, falando a mesma linguagem para que a filha não tivesse outra opção a não ser obedecer.
Todavia, nem todos os casais agem dessa forma. Lamentavelmente, há pais e mães que agem de maneira infantil para conquistar o amor dos filhos, fazendo concessões que deseducam a criança e deformam seus caracteres.
Se a mãe diz não, o pai diz sim, e se o pai diz não, a mãe permite. Essa disparidade é extremamente prejudicial, pois a criança se sente insegura ou passa a tirar vantagem da situação.
Quando não consegue a aprovação da mãe para seu intento, ela busca o pai, e vice-versa. A criança passa a fazer um jogo perigoso entre os pais, colocando, tantas vezes, um contra o outro, ou chantageando a um ou outro.
Ademais, o filho fica sem parâmetro, não sente firmeza nas orientações que os pais lhe passam, pois o que um diz o outro desdiz.
Por essa razão, os pais devem ter sempre, pelo menos diante dos filhos, a mesma posição. Sim, sim. Não, não.
Se um, ou outro, não concordar com a orientação que foi dada, depois, a sós, discutem a questão, mas nunca na frente dos filhos.
O mais lamentável, ainda, é quando um dos cônjuges se une ao filho para criticar ou depreciar o outro, desmoralizando-o para tirar algum tipo de vantagem afetiva.
Importante lembrar que a criança deve ser educada para respeitar limites.
E os limites devem ser estabelecidos desde cedo, como, por exemplo, não permitir que ela tome conta de tudo, como se fosse a dona do mundo.
Na hora de brincar, a criança deve saber quais são os limites do seu "território".
Ela poderá usar seus brinquedos, seu espaço, seus pertences, e nunca os aparelhos de áudio e vídeo, controles remotos, vasos de flores ou outros objetos da casa.
Os limites são de extrema necessidade para que a criança cresça consciente de que vive num mundo onde vivem também outras pessoas, que também têm direitos tanto quando ela.
Se você, pai ou mãe, ainda não havia pensado nisso, pense agora.
Pense que a única maneira de evitar conflitos e desgastes na relação com seus filhos adolescentes, mais tarde, é educar bem a criança, hoje, enquanto ela está receptiva.
Pense nisso!
A educação é a arte de formar caracteres. E não há melhor período para educar do que o da infância, em que a criança é mais suscetível aos ensinamentos.
É por essa razão que o Criador faz com que o espírito encarnado passe por esse período, de mais ou menos 7 anos, para receber dos educadores uma base de valores morais sólidos a fim de se conduzir com dignidade na fase adulta.
Pense nisso e analise seriamente sua importante missão de educador."
Autoria: Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em palestra proferida pela Sra. Miroslava Rosinski, por ocasião da III CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE CURITIBA, realizada no dia 19/07/2003.
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