O parasita mora ao lado
A maioria
dos psicopatas não mata - são pessoas que se aproximam no trabalho, nas
amizades e na cama para se dar bem às custas de você. Saiba como detectá-los
Texto
Alexandre Carvalho dos Santos
Psicopata que faz picadinho de quem pega carona. Psicopata que
tortura uma família inteira num feriado. Psicopata líder de seita assassina.
Psicopata canibal. Se todos os psicopatas usassem a máscara do Jason do
Sexta-Feira 13, seria mais fácil mudar de calçada na mesma hora. Só que na vida
real a maioria deles não tem a fachada nem os modos de um assassino
sanguinário. E mais: poucos são os que matam ou aparecem nas manchetes.
"O psicopata com uma postura criminosa é o do tipo predatório, que
satisfaz suas necessidades por meio de uma ação destruidora, agressiva e
fria", diz Antônio de Pádua Serafim, coordenador do programa forense do
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. "Mas há o
psicopata parasitário, que só se aproveita das pessoas mais vulneráveis para
conseguir o que ele quer. Esse não adotará, necessariamente, uma conduta
criminosa, mas provocará estrago no ambiente social", afirma.
O parasita pode passar a vida inteira sem chamar a atenção, apenas fazendo a
especialidade do psicopata: manipular os outros, aproveitar-se do próximo,
desestabilizar famílias, passar a rasteira em alguém para se dar bem.
E onde está essa gente mal-intencionada? Talvez no seu escritório, decidindo
que ninguém vai ter participação nos lucros do ano - só ele. Ou entre os seus
amigos, pedindo que banquem a conta da noitada (esqueceu a carteira...). Ou
pior: talvez esteja na sua cama.
Caiu a ficha? Os psicopatas estão entre nós, e não é nada fácil identificá-los.
"A dissimulação é um dos principais sintomas que compõem a
psicopatia", diz Geraldo José Ballone, professor de psiquiatria da PUC de
Campinas. "A simpatia e o carisma encobrem o seu verdadeiro perfil. Em
geral, quando percebemos a possibilidade de um conhecido ser psicopata, o dano
já está feito", diz Ballone.
Então, em quem confiar? Se você não quer ter um parasita manipulador
azucrinando a sua vida, preste atenção às características de colegas, amantes e
amigos psicopatas.
NA AMIZADE
É fácil confundir aquele amigo grudento e folgado com um psicopata. Os dois
estão sempre telefonando em horas impróprias, não saem da sua casa, bebem a sua
cerveja, pedem os seus livros emprestados e não devolvem. Mas o chato de
galocha tem fácil solução: você o ignora, dá um chega para lá, e isso resolve.
Mas, se for um psicopata de verdade, pode rezar.
No começo, é o amigo de fé. De tanto estudar a sua personalidade, projeta em si
uma imagem que bate com tudo o que você espera de um irmão camarada. Assim,
conquista a sua confiança e participa cada vez mais da sua vida. "Ele suga
tudo que o relacionamento pode oferecer, de dinheiro e bens materiais à
submissão quase escravista", diz o psiquiatra Geraldo José Ballone.
Grudado no companheiro saudável, consegue tudo do amigo para si: status,
dinheiro na conta, casa na praia, geladeira cheia, carro novo... E os
empréstimos sempre são acompanhados de uma história comovente.
A marcação cerrada do "melhor amigo" custa à vítima a vida própria:
lá se vão o namoro e outras amizades. Quando se dá conta, já é tarde demais.
Na hora de dar um basta no camarada sacana, o amigo ainda fica com pena.
"Isso ocorre porque, quase sempre, a vítima é a última a acreditar na
índole sociopática do amigo", afirma Ballone. Mas a recíproca não é
verdadeira: quando já arruinou suas relações, o psicopata vem com a história de
que precisa comprar cigarros... e some. Ele pode não arrancar pedaços do seu
fígado para comer no café-da-manhã, mas vai tirar um bocado do que você tem de
autoestima, dignidade e confiança no próximo.
NO AMOR
Num relacionamento amoroso o psicopata também extrai tudo de aproveitável da
outra pessoa, até só sobrar o bagaço. Se a namorada for famosa, é para ganhar
status. Se a esposa for bonita-bacana-inteligente, é para exibir como troféu.
Se tiver dinheiro, então...
Foi o caso da americana Donna Andersen, uma mulher que, perto dos 40 anos,
conheceu pela internet a versão melhorada do Sean Connery. Pelo menos era como
o viúvo James Montgomery se descrevia. Militar das Forças Especiais da
Austrália, foi condecorado por atos de bravura no Vietnã. Já distante da troca
de tiros com vietcongues, entrou para a indústria de entretenimento dos EUA. Após
algum tempo de e-mails, casaram-se.
Apesar de se dizer tão bem de vida, Montgomery logo convenceu a mulher a
patrocinar os seus negócios. Um deles: vender restos do Titanic num show
itinerante. O "itinerante" significava que Montgomery tinha gastos estratosféricos
com passagens aéreas, contas de celular e outras despesas. Tudo bancado pela
dedicada esposa, que tinha um negócio próprio e foi se endividando até chegar
ao fundo do poço.
Somente quando o prejuízo beirou os US$ 300 mil, a moça descobriu com quem se
casara. Montgomery era maridão de mulheres em outras cidades - daí tantas
viagens. E o harém todo pagava pelas aventuras extraconjugais.
Mas como um veterano do Vietnã seria capaz disso? Sua mente teria sido afetada
pelos horrores do campo de batalha? Não. Apesar de dar palestras sobre a guerra
em escolas, participar de desfiles de veteranos e passear com o cachorro de
boina verde, Montgomery nunca tinha sido do Exército.
DO CÉU AO INFERNO
"Não há jeito de manter um relacionamento com um psicopata sem se ferir de
algum modo", afirma Sandra L. Brown, autora do livro Women Who Love
Psychopaths ("Mulheres Que Amam Psicopatas"). "Não existe uma
cartilha do tipo ‘como ter uma relação feliz e sadia com um psicopata’. As
pessoas normais são sempre afetadas pela patologia dos seus parceiros." E
por que insistir num romance que inevitavelmente vai deixar cicatrizes?
Porque o coração é cego e burro, e isso dá espaço para o psicopata pôr em
prática sua estratégia de abordagem.
Funciona assim: enquanto conhece a vítima, ele se empenha em descobrir seu
calcanhar-de-aquiles. Se a garota tem complexo de inferioridade, trata de
apontar beleza onde o resto do mundo vê a Betty, a Feia. Se a garota procura um
cara bem de vida para apresentar aos pais, ele diz que herdará 5 fazendas no
Mato Grosso. Tudo mentira, claro. Mesmo que nunca pague a conta nos
restaurantes, ele disfarça com tanto charme que a cara-metade nem se importa.
Uma vez estabelecida a relação, o psicopata começa a mostrar as garras. Vive às
custas do outro, mantém casos extraconjugais, só pensa na própria satisfação e
impõe uma relação de posse. E, por mais que apronte, ele sempre transfere a sua
culpa à vítima. Se abusar do dinheiro da namorada rica e mais velha, será
porque sua infância foi difícil e miserável; se for pego pulando a cerca, será
porque a mulher não lhe dá a atenção devida.
Se você descobriu que se casou com um psicopata, prepare-se, pois não vai ser
fácil romper com ele. Quando não precisa mais do relacionamento, o psicopata novamente
sai para comprar cigarros e nunca mais dá as caras. Mas, se a situação for
inversa e sentir que perdeu um brinquedo que lhe pertencia, o cara vai dar
trabalho. "O psicopata vai ignorar a vontade da vítima. Poderá segui-la,
arquitetar uma vingança e chegar até a ameaçar a vida da pessoa", diz
Sandra Brown. "Quem deseja terminar uma relação com um psicopata precisa
de ajuda para traçar um plano seguro de saída."
NO TRABALHO
O ambiente das grandes empresas é um cenário convidativo para o psicopata montar
seu teatro - principalmente a partir dos anos 90, numa competitiva era de
aquisições, fusões e falências em que, para sobreviver, organizações se
tornaram menos burocráticas e controladoras e muito mais agressivas.
Segundo Paul Babiak em seu livro Snakes in Suits ("Cobras de Terno"),
a autoconfiança, a força e a frieza que caracterizam os psicopatas fez a cabeça
de muitos caçadores de talentos que buscavam funcionários "proativos"
e dispostos a assumir riscos. "Egocentrismo e insensibilidade tornaram-se
repentinamente defeitos toleráveis na hora de buscar talentos necessários para
sobreviver num mundo de negócios acelerado", diz Babiak.
Mas, ao procurar pessoas com senso de liderança - isto é, que assumem metas,
tomam decisões sem medo e obtêm dos outros o necessário para tais metas -,
tornou-se fácil confundi-las com um pacote de coerção, dominação e manipulação
ocultado por uma bela embalagem.
E como um departamento de RH bem estruturado deixa passar um psicopata após
tantas análises de currículos, entrevistas e dinâmicas?
Simples: o psicopata tem um talento enorme para enganar. Se ele colocar na
cabeça que quer ser piloto de uma companhia aérea, vai dar um jeito de forjar
um comprovante da Nasa dizendo que já foi até astronauta. Vai mentir no currículo,
vai mentir nas entrevistas e vai fazer tudo isso com o sangue frio e o charme.
Psicopatas são convincentes, encantadores e conseguem transformar um punhado de
conhecimentos superficiais numa tese de doutorado.
E o que pode resultar da contratação de um psicopata? Dificilmente algo que
preste. Para começo de conversa, ele não tem espírito de equipe. Muito pelo
contrário: se for preciso puxar o tapete de um colega para promover-se, não vai
pensar duas vezes. Outro lado da questão é que o psicopata não tem o menor
interesse no futuro da empresa. Para ele importa o aqui-e-agora, a satisfação
rápida e intransferível.
Além disso, psicopata não compartilha dos mesmos valores da companhia e de seus
colegas. A diretoria quer gente que dê duro, todo dia, das 8 às 18 horas, e que
vista a camisa da empresa? Pode esquecer. Ele até consegue encarar essa rotina
por um certo tempo, sempre com a intenção de passar uma imagem falsa. Mas os
únicos valores que lhe dizem respeito são só os que estão na própria cabeça.
Como regras sociais não lhe dizem nada, ele frequentemente comete atos ilegais,
o que joga a reputação da empresa no buraco. Desvio de grana, assédio moral e
sexual são corriqueiros. Por isso, não dura muito na empresa. No entanto, sua
passagem é um vendaval (veja o quadro à esquerda).
Se a trajetória do psicopata não prejudicar a empresa como um todo, no mínimo
alguém vai sofrer com seu convívio. Nas mãos de um mestre da mentira e da
manipulação, seu colega precisa passar o expediente todo com os olhos nas
costas - caso contrário, vai acabar fazendo o trabalho que o psicopata deixa de
lado (sem levar os créditos por isso), além de ser envolvido numa teia de
intrigas.
Esse é o seu caso? Então fique contente por ele não ser seu chefe. Em algum
momento você já disse que seu chefe é um carrasco. Pode ser verdade, mas daí
para ele ser um psicopata são outros quinhentos.
Ele vai sentir prazer físico em humilhá-lo na frente de colegas e de outros
chefes; vai culpá-lo por qualquer porcaria que ele mesmo fez, e vai assumir o
crédito por qualquer trabalho bacana que você produzir.
Sim, abusos de autoridade e falta de ética não são exclusividades de chefes
psicopatas. A diferença é que, para o psicopata, esse é o padrão.
Como lidar com um amigo psicopata
Ligue o detector de mentiras
Psicopata mente mais que político em campanha. É um especialista no assunto,
mas a constância das papagaiadas acaba entregando o sujeito. Se 90% do que seu
amigo diz parece cascata da brava, mantenha os dois pés atrás.
Ouça a voz da razão
Sua namorada não vai com a cara do seu amigo, diz que é folgado, que só se
aproveita de você e não merece um pingo da sua dedicação? Ok, namorada diz isso
de todos os nossos amigos. Mas, se a turma toda concordar, fique com a pulga
atrás da orelha.
Esconda a grana
Só empreste dinheiro para seu amigo se tiver certeza de que não é um psicopata.
Se for e concluir que você é um cofre ambulante, prepare-se para ver sua conta
no fundo do poço. Ele sempre vai convencê-lo de que pagará tudo, com juros, no
fim do mês. Só não vai dizer de qual mês.
Não seja cúmplice
"Uma mão lava a outra", "te devo uma" e "só pediria
uma coisa dessas a você" são clássicos do psicopata. Mas nunca negocie com
o Diabo. Se fizerem bobagem juntos e forem descobertos, adivinhe para quem vai
apontar o dedo...
Feche a porta de casa
O pior que você pode fazer, numa amizade com um psicopata, é dividir a sua
casa. Enquanto você mantiver a geladeira cheia e pagar o aluguel sozinho, ele
não vai ter motivo para procurar outro teto. A não ser que arrume alguém mais
trouxa.
Imponha regras
Ignorou a dica aí de cima? Enquanto não arruma uma boa desculpa para
despejá-lo, mostre quem manda na casa. Sujou, limpou. E o que é seu é seu. Para
casos extremos, coloque etiquetas nos seus xampus, iogurtes, cds
preferidos.
Caia fora
Você só tem a perder na amizade com um psicopata. Além de se aproveitar de
você, ele vive num mundo fora das regras sociais, o que torna qualquer
relacionamento perigoso. Se sua casa ainda está inteira e você não perdeu a
namorada ou os outros amigos, considere-se um sortudo e corte o mal pela raiz.
Agora! Já!
O que fazer quando seu amor é um psicopata
Desconfie quando a esmola for muita
Nos primeiros encontros, sua cara-metade é a gentileza em pessoa? Quer jogar
golfe com o seu pai? Adorou o filme iraniano de que só você gosta? Diz que tem
dinheiro à beça, mas não pode falar sobre o trabalho porque é agente secreto?
Ou você acertou na Mega-Sena ou arrumou um psicopata.
Banque o Sherlock
Psicopata legítimo já vem de berço. E ninguém melhor que os parentes e os
amigos (se ele tiver) para revelar seus podres. Chame a sogrona de canto e
comece o questionário. Se não der certo, tente o irmão caçula. Esse deve ter
uns quinhentos motivos para dedurar as torturas do mais velho.
Não tenha pena
Psicopata que é psicopata adora se fazer de coitado. Se enche a sua cara de
porrada, é porque você o mata de ciúme. Se rouba a sua grana, diz que mandou
para a avó doente que mora no interior. Às vezes, até chora enquanto dispara as
lorotas. Tadinho...
Não tente mudá-lo
Coloque uma coisa na cabeça: psicopatas não têm cura. Não adianta rezar, fazer
simpatia, levar à mãe-de-santo. Muito menos achar que a força do amor vai
regenerá-lo. Uma hora, a pessoa vai aprontar, e vai sobrar para você.
Não vacile
Se desconfia que o amorzão é um baita de um psicopata, não dê sopa para o azar.
Conta conjunta, só por cima do seu cadáver. E suma com machados, serras
elétricas e outras ferramentas que viram armas. Resumindo: se ele ainda não pensou
em fazer picadinho de você, não dê ideia.
Compre um cachorro
É batata. Dez entre dez psicopatas treinam suas maldades no vira-lata mais
próximo. Fique atento ao modo como seu par trata o cãozinho. Se vibra de prazer
ao amarrar rojão no rabo do cachorro, imagine o que ele pode fazer com você.
Caia fora
Descobriu o que todo mundo via, menos você? Então dê no pé enquanto é tempo. Só
lembrando: psicopatas não reagem bem quando levam um fora. Troque o número do
telefone e a fechadura da casa. Também é boa hora para aquela viagem que você
tanto adiava para a Oceania.
Como sobreviver a um chefe psicopata
Seja um
Top Gun
Qualquer desempenho abaixo da perfeição é o sonho do chefe psicopata. Ele é
pago para avaliar o seu trabalho e vai explorar suas deficiências ao máximo.
Qualquer pequeno deslize pode virar um tsunami. Mas, se você for um ninja em
tudo o que faz, ele vai escolher outro alvo.
Deixe por escrito
Tudo de que o psicopata precisa é um escritório em que ninguém consegue provar
as suas sacanagens. Será a sua palavra contra a dele. E ele é o chefe, o lado
mais forte da corda. Então guarde os e-mails trocados, faça atas de reunião,
registre tudo o que puder. Assim, as mentiras dele terão perna curta.
Conte até 100
Brigar com o chefe nunca é uma boa ideia. Com o psicopata, então, é suicídio;
ele é mestre em trazer o seu pior lado à tona. Evite atritos e, quando for
inevitável, não perca a cabeça. Ah, e não desconte no cachorro ou no irmão
caçula quando voltar do trampo.
Ponha a boca no mundo
Procure o RH e faça as suas queixas. Em algumas empresas, você pode até manter
anonimato, mas lembre-se de que isso enfraquece a sua história; tem que haver
outras reclamações parecidas para o bicho pegar para ele.
Peça uma transferência
O psicopata do seu chefe resolveu pegar bem no seu pé? Busque alternativas para
ficar longe dele. Pode haver uma vaga em outro departamento. E pode ser do
outro lado da cidade.
Caia fora
Emprego não é casamento. Se nada funcionar, atualize o currículo e avise sua
rede de contatos que está à caça de "novos desafios". Melhor que
passar o resto da vida deprimido no domingo à noite, antecipando os sofrimentos
da semana.
Os
passos do parasita engravatado
Segundo Babiak, o aminho do psicopata no mundo corporativo tem 5
fases 1. CONTRATAÇÃO
Sua capacidade de contar lorotas e seduzir está a todo vapor. A incapacidade de
se emocionar também vai contar pontos na comparação com outros candidatos,
prejudicados pelo nervosismo natural das entrevistas de emprego.
2. ACLIMATAÇÃO
Agora o psicopata tenta descobrir quais são as pessoas mais importantes da
empresa. Seu objetivo é ficar íntimo delas para influenciá-las em decisões que
o beneficiem.
3. MANIPULAÇÃO
Começa o seu joguinho. Faz fofocas sobre potenciais concorrentes a uma promoção,
joga informações falsas na “rádio-peão”. Quanto maior o caos, mais ele se sente
em casa.
4. CONFRONTAÇÃO
O psicopata começa a tirar a máscara, pois precisa livrar-se dos que usou para
avançar na empresa. O colega que foi confidente e cúmplice passa a ser
humilhado e ameaçado.
5. PROMOÇÃO
Depois de muito mexer as peças de um xadrez perverso, o psicopata avança na
empresa, conquistando um posto de maior poder e deixando um rastro de
destruição atrás de si. Pronto, o estrago está feito.