SINDROME DE CINDERELA ou A ESSENCIA NÃO MUDA (RC)

CINDERELA ou FIONA?
A essencia não muda. Mas nós mulheres, desde o bercinho cor de rosa, fomos criadas para acreditar exatamente no contrário, pois em Contos de Fada a essencia… muda!
Aprendemos, assim, ainda pequenas, algo que não esta sob nosso alcance, algo que não existe. Isso independe de sua idade e de sua geração, pois a décadas e décadas os contos de fadas são os mesmos. Altera-se uma ou outra coisa, um ou outro detalhe, mas o final de cada história é sempre o sonho de casamento com o Príncipe Encantado realizado.

E viva Shrek que conseguiu lindamente romper este estereótipo! E viva de novo para sua história, pois nela o Príncipe “Encantado” (“Encantado” é o nome do príncipe na história de Shrek) é na verdade o grande Vilão da trama! Aplausos!


Como eu dizia com breve análise verifica sem dificuldade que eu dizia a verdade: a essencia não muda na vida real… mas nos contos de fada, muda: o Sapo vira Príncipe, a Fera vira Príncipe, etc. E no belo beijo apaixonado do final, ninguém reclama com o Sapo ou a Fera transformam-se num belo exemplar  Homo sapiens masculino! Ninguém grita ou esbraveja: “Mas eu me apaixonei pelo Sapo”! ou: “Eu quero a Fera de volta”!

E eu chamo isto de "SINDROME DE CINDERELA".
 O que acontece? Acontece então que, nós mulheres, ao chegar o momento em que devemos encontrar, ou melhor, detectar nosso Príncipe, qualquer Sapo e Fera “tá valendo”, pode ser considerado uma ótima opção, pois no fundo, acreditamos que poderá ser tornar um belo- bondoso-corajoso-amoroso Príncipe, COM UM BEIJO!, com NOSSO AMOR!

Eu mesma cometi esse erro, diria equivoco, pelo menos duas ou tres vezes antes de me casar.
Eu achava o Sapo: enfeitava-lhe, comprava-lhe novas camisas, mudava seu penteado; achava a Fera: ensinava-lhe boas maneiras, colocava-o de volta aos bancos escolares, etc. E… bem, beijos e mais beijos e nada de virarem Príncipes! Em tempo pude vê-los como Sapos e Feras.
Foi mesmo um deles que me alertou acerca de si: “a essencia nao muda!” E contou-me a seguinte história:
Um escorpião queria atravessar o rio, mas não sabia nadar. Então, pediu a tartaruga que o ajudasse carregando-o nas costas até o outro lado.
Mas a tartaruga respondeu: - Eu não posso ajudá-lo, tenho medo de ti, você vai me enfiar o ferrão e eu vou morrer.
- Não, não. Prometo, respodeu o escorpião. Eu ser-lhe-ei grato.
Então, a tartaruga concordou e levou o escorpião até o outro lado da margem do rio. Ao chegar lá, o escorpião enfiou-lhe o ferrão e disse: - Perdoe-me, não pude evitar: é minha essencia.”

O Shrek quis mudar sua essencia, mudando a sua aparência, acreditando que assim teria o amor de sua Princesa, essa por sua vez também não acreditava em sua real essencia, e o seu feitiço era justamente ter que se sujeitar aos estereótipos sociais – no caso dela, da Princesa linda, magrinha e perfeita, de bons modos, etc. No filme, os dois se apaixonaram por suas essencias, e ao final, clamam por suas reais feições de Ogro! E, desse jeitinho, foram FELIZES PARA SEMPRE.
- FIM -
(RC)


2 comentários

  1. Oi, encontrei seu blog no blog da Lúcia Soares. Gostei muito do post. Penso igualzinho. Acho que estamos sempre correndo atrás de uma pessoa que não existe, tentando transformar os que estão do nosso lado em pessoas que eles não são. Aceitação é muito importante em um relacionamento. Ninguém é totalmente príncipe, sapo ou fera. Acho que uma única pessoa pode ser essas 3 coisas ao mesmo tempo. Sempre acreditei que as relações mais felizes e sadias são justamente aquelas em que há aceitação e admiração pelo que o outro é. Se algo nos incomoda tanto no outro a ponto de querer que ele se modifique é porque talvez exista algo de errado no que sentimos. Um abraço

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  2. E isso ai, Eliane! Obrigada por compartilhar seu pensamento conosco! Venha sempre tomar um café! rsrsrs!
    Meu abraço!

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