(U.M.E.) SIM, EU TENHO UMA BABÁ (RC)


Eu tenho uma babá.
Sim, a babá e’ minha.
Sim, anda toda de branco.
Para mim isso sempre demonstrou meu zelo por ela, mantendo-a com roupas novas, brancas, para o calor, para o frio, para ir a praia, ao shopping, ou as festas infantis que a gente tinha quase que semanalmente em SP (Brasil).

SEMPRE a valorizei.
Sempre, inclusive, escutei seus ditos e contos da sabedoria (ou cismas) populares. Nunca lhes dei descredito.

Mas por que toquei nesse assunto?
Bem, porque ja’ tem um tempo que queria homenageá-la no BLOG. Não e’ bem o caso deste POST, porque o que me motivou escreve-lo não foi “ela”, mas o que ela representa na nossa família e que vai em total desalinho com o que escreveu sobre babás uma amiga Blogueira (QUE NÃO TEM FILHOS) e os Comentários que aquele POST dela causou.

Explico melhor:

O POST “malhava” as “dondocas” que mantinham suas babás com roupas brancas, jantando calmamente enquanto a “servical” olhava seus filhos. Após o POST, como eu disse, uma sucessão de comentários concordando com aquilo (vocês podem ir la’ ler o artigo, clicando AQUI. AIIIIIIIIIIIIIIIIII!!! Espera! Lê aqui primeiro, ate’ o fim, poxa!!!!!!!!!!!!). Eu fui a única a insurgir contra aquilo – aliás, eu e mais uma leitora - por milhões de motivos, e os principais são:

- para mim, o uso do uniforme na babá não conota desprezo ou humilhação – muito pelo contrário. Para mim, e’ uma maneira de valorizar a funcionária (aliás, pelo menos em SP e no RJ as peças “oficiais” são caríssimas); depois, o branco tem por uso UNIVERSAL simbolizar limpeza, clareza, higiene. Onde todos os médicos, enfermeiras, manicures, esteticistas ou açougueiros costumam usar branco e isso não os desmerece, enaltece.

- O FATO DE EU LEVÁ-LA A ´´TODOS´´ OS LUGARES CONOSCO era motivado JUSTAMENTE PELO OPOSTO DAQUELES QUE GRITAVAM POR LÁ: não achava justo bem na hora do divertimento, da ida ao Parque, ou a um bom Restaurante ou um bom Hotel, ou mesmo na hora de assistir um filme ou teatro, ou ouvir uma demostração de piano (quando ela viu um piano de perto a primeira vez ficou encantada!), eu deixá-la em casa, sozinha (ela morava conosco) vendo TV! Na verdade estava premiando-lhe: dando-lhe a oportunidade de desfrutar aquilo tudo conosco!
É A VELHA HISTÓRIA DA MESMA HISTÓRIA SENDO VISTA POR ÂNGULOS TOTALMENTE OPOSTOS e tortos;

- nós melhoramos com tudo isso, a qualidade de vida dela, e consequentemente da família dela. Sempre tivemos por todos respeito e carinho. Sempre ajudamos em caráter extra, quando era necessário. Ela enriqueceu-se (física e monetariamente ao estar conosco) e certamente isso lhe trouxe ganhos familiares, e novas perspetivas aos seus filhos e netos;

- mais, não se deve julgar a mesa ao lado do restaurante que você resolveu ir, pois você não sabe a quantas anda aquela família. Se, por exemplo, mãe e pai trabalham o dia inteiro, a semana inteira, e aquele e’ o único meio possível deles saírem para “espairecer” fora de casa e “tentar” comer sem alguém gritar: “Manheeeeeeeeeeeeeee!!!” ou mesmo ´´colocar a conversa em dia´´. Muitos casais tem “babás de final de semana” para ajudar com a criançada, quando eles podem encontrar um tempinho para ir ao Marcado, ou mesmo a um cinema “sozinhos”, sabia?

- e não é só, muitas vezes a babá serve de companhia à mãe, que não pode – por “n” motivos – cuidar daquela criança sozinha;

- o assunto não termina. Pode ficar ainda mais polemico se perguntamos: e aquelas mães que tem seus filhos e “dão” para SUAS MÃES (AVÓS DOS FILHOS) os criarem em nome do “estudo”, do “trabalho”, etc?

- uma casa, e’ uma organização governamental! Ela precisa ter regras, rotina, balancete (se possível), e se tem verba e possibilidade costumam ter empregados para ajuda diária ou semanal. Pronto! A babá e’ uma FUNCIONÁRIA daquela micro (ou mega)-empresa! E como de um modo geral as boas empresas são, mantem seus empregados bem uniformizados, sim!

- uma loja de departamentos, uma escola, um hospital, um prédio bem cuidado... em todos os lugares vê-se pessoas/funcionários uniformizados. Há algum crime nisso?

- estamos há um ano e alguns meses na Tailândia e minhas filhas (o pequeno ainda somente agora começa a ter noção de números) SEMPRE incluem a minha (ops! quis dizer nossa) babá nos desenhos e na contagem quando o assunto é ´´membros da Família´´.

Pois assim, insisto: isto e’ um cuidado a mais com SEU funcionário. Em São Paulo ou no Rio de Janeiro (falo dessas Capitais pois morei em ambas), quando vemos uma baba’ trajando “qualquer peça” logo pensamos que e’ descaso e desrespeito! E’ justamente o oposto do que fala minha querida amiga Blogueira!

Todos sabem: tenho três filhos com menos de 6 anos. Se você não controlar a situação, a situação engole você. Você não consegue sequer fazer um xixi sem ter alguem batendo (leia-se surrando, por favor) a porta para entrar e dizer: “mamae, você viu a minha canetinha vermelha?”. Puxa! Que situação de emergência, hein? Não podia esperar mamãe um minutinho???

Pois e’...

AMO SER MÃE. AMO A VIDA QUE TENHO E QUE LEVO. A VIDA QUE ESCOLHI.

EXAGERO? Não, não exagero.

No meu entendimento a gente leva a vida que QUER. E MORRE do jeito que QUER também. Recentemente li uma Crônica do Manuel Carlos numa das Revistas da Editora Abril, onde contava exatamente isso: que era uma coisa que seu pai falava sempre: “morreu de cirrose porque quis... sabia dos males da bebida... mas queria viver desse jeito: bebendo...” e fiquei feliz por saber que o “pai dele” também pensava assim...

Minha amada baba’ merecera’ um POST so’ para ela, contando a sua história: de ter 12 filhos (um falecido), TODOS DO MESMO MARIDO (ja’ falecido), REGISTRE-SE... 19 netos... UM bisneto a caminho... ainda ter 50 e poucos anos, ter a pele ma-ra-vi-lho-sa, estar sempre de bom astral (uma amiga disse que e’ porque os filhos anestesiaram-lhe qualquer tipo de sofrimento), vaidosa, presença marcante na família: uma verdadeira Matriarca!

Viva!

Ops! Agora que me dei conta: seu nome REGINA, significa justamente V. MAGESTADE, a Rainha!

Obrigada, Regina, por cuidar de mim, ao cuidar dos meus filhos. E ao cuidar dos meus filhos, de mim. E, ainda agora continuar na nossa Família, cuidando e zelando, agora, por minha Mãezinha! e assim, retornando o ciclo: cuidando de mim!

Obrigada!
(RC)

5 comentários

  1. Como eu gostaria de encontrar uma Regina... Uma babá assim é um tesouro, uma amiga que a vida nos concede. Você está certa em estabelecer regras na sua casa e não acho o uso do uniforme depreciativo de forma nenhuma. Parabéns pela maneira que a trata, demonstra seu caráter e humanismo.
    Beijo
    Adri

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  2. Renata, só hoje vi esse post, não sei se já a conhecia por essa época, ano passado. Mas hoje li o link no seu comentário do EmQuantos.
    Espero que muita gente a link, é um ótimo post.
    Não condeno ter babá, condeno mães que delegam até o amor dos filhos para esta babá. E mutas vezes são pessoas despreparadas. Ou eram, até poucos anos atrás..
    Hoje as pessoas fazem curso para serem babás, inclusive de pequenos socorros, depois até se intitulam "enfermeiras", sendo que não fizeram nem o "auxiliar de enfermagem".
    Enfim, paga quem pode e hoje ganham bem, tenho amiga cuja filha paga quase o salário dela, profissional liberal e bem sucedida, para ter a babá mais especializada. Também não apenas porque não quer olhar, mas porque trabalha e não quer abir mão da profissão. Afinal, filhos crescem e deixam de precisar de babá.
    Só não sei se eles vão reconhecer como mãe, quando crescerem, aquela que lhes trouxe à vida...
    Por isso acho que babá é apenas uma ajudante, não a dona dos filhos.
    Beijo!
    Beijo!

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  3. @L?cia SoaresLucia, querida, concordo com vc!

    Uma certa mae, um dia, me causou horror, quando enchia a boca para dizer que quem criava seus dois filhos era a sua mae (a avo') porque ela trabalhava e TINHA QUE ESTUDAR NA ESCOLA DE MAGISTRATURA PORQYE TINHA QUE SER JUIZA. Tudo bem as avos que ajudam, claro! mas que sao obrighadas a "fazer tudo de novo", quando e "servico ja' estava pronto", porque a filha resolveu botar a carruagem na frente dos bois? SE QUERIA TANTO SER JUIZA, POR QUE NAO O FEZ "ANTES" DE TER OS FILHOS? Sim, ate' ela "conseguir" ser JUiza, talvez as criancas tenham la' seus quinze anos e nem saibam que 'e ela... ou pior! O inverso: essa mae nao deve ter a menor ideia do que eles gostam, do que comem, de como vao na escola, etc... posto que qdo ela chega tarde da noite em casa, provavelmente ja' estarao dormindo, de banho tomado, com a jantinha na barriga, etc. Filho e' isso?

    Mil bjs! e obrigada por tudo!

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