(U.M.E.) Mãe! Será que eu consigo? (RC)

Hoje e’ um dia especial para mim porque e’ o aniversário de alguém absolutamente especial na minha vida, ja’ que se não fosse ela eu provavelmente não estaria aqui escrevendo essas linhas. Não desse jeito. Tão pouco teria minha irmã gêmea!
Aliás, sempre ouvi a historia de que eu nascera miudinha, fraquinha, que o ”o que entrava, saia” e que a beira da morte me batizaram as pressas e eu “sobrevivi”. Meu nome, a propósito, a quem não sabe, significa mesmo RENASCIDA. Acho mesmo que sou uma eterna renascida.

Na verdade queria homenagea’-la, mas não sei por onde começar...

Outro dia, quando ja’ estava na cama, torpe de sono, pensava em como seria este POST. Estava lindo e perfeito. Queria eu ter tido forcas para levantar da cama, pegar o Baby Pink e escrever naquele exato momento, mas a exaustão do sono não me permitiu, e acabei dormindo com aqueles pensamentos.

Queria eu ter (sério!) um desse chips de computador, um Card que a eu enfiasse na orelha talvez e... pronto! Meus pensamentos estavam ali, traduzidos a um passo das linhas do PC e desse BLOG! Mas não e’ assim, então me perdi nos pensamentos, e os perdi de mim.

Então, conto que esse dizeres ai de cima, em laranja, ha’ uns vinte e tantos anos atrás, quando ainda dirigia - hoje acomodei-me e não guio mais -, tinha isso colado com plástico adesivo que eu mesma coloquei sobre um cartão desses de presente, no vidro do nosso carro.

Um dia, estava com minha mãe e minha irmã, voltando acho que do Mercado, pegando o carro no estacionamento quando vimos um grupo de jovens defronte ao mesmo dizendo: “puxa! Essa mãe deve ser mesmo muito amada!”, e minha mãe, mais que exibida (como e’ que se escreve exibida?) correu logo para dizer: “ah! E’ mesmo! E essa mãe sou eu!”.

E’ verdade que sempre fiz tudo para deixar minha mãe feliz, honrada e orgulhosa de mim. Ah! fiz! e que ela se sentisse verdadeiramente amada. Mas isso não e’ fácil, porque nem sempre quem amamos percebe o tamanho daquele amor, a forca e a capacidade daquele amor. As vezes acho que pelo simples fato de parecer “obvio” que “se ame a mae” o “amor fique menos importante”... não sei se explico bem...

E não e’ porque se ama que não se pode enxergar ou falar sobre qualidades e defeitos, mas porque não são eles que pesam na balança: “como sabereis o quanto ele pode ser amado, se tentais pesar-lhes as qualidades e os defeitos?” (Tagore).

O mesmo acontece com certos maridos: eles acham que não precisam dizer “te amo”, pois ja’ estão concosco, e isto seria – para eles – prova irrefutável de tal amor... mas voltemos a Mãe!

É, pois, por tudo isso que, quando estou com ela, gosto de segurar-lhe a mão - forte; gosto de beija-la – mesmo que não goste muito de beijos; gosto de fazer as coisas para ela – mesmo que ela reclame, dizendo que assim ela fica “burra” e não sabe mais nada; gosto de cuidar dela – mesmo quando não percebe que o que estou fazendo e’ cuidado; gosto de colocar meus filhos para ouvir atentamente suas historias inventadas – otimas, por sinal (ainda hei de escreve-las); gosto de fazê-los despentear seus cabelos em maria-chiquinhas abomináveis, pelo simples prazer de rir e fotografar as brincadeiras; gosto de saber que ela “esta’ ali”, mesmo que esteja dormindo, sem fazer nada, ou esteja a reclamar acerca da maneira que “eu” levo a vida: “porque você não para, porque você faz demais, e bla-bla-bla” – gosto de dizer “a Sra. esta ocupando espaço, isso ja’ me basta”.

Sim, sou do tempo que se chamava (e ainda chamo) a mãe de “Sra.”, e por isso mesmo, também tenho uma mãe do tempo que não se abraçava muito as crianças, que não se beijava, que não se falava de amor e essas coisas. Hoje brigo com ela cobrando esse “tipo de amor”, mas ela se defende e diz “fui criada assim, minha filha... não sei fazer diferente” ao que eu rebato sempre, ate’ hoje; “tenta!”.

Agora, que esta’ com seus mais de oitenta anos preciso ainda ter “paciencia extra” que nunca foi meu forte, pois, e’ claro que as vezes algumas “repeticoes senis” irritam, “idade e’ posto” e podem fazer ou dizer o que pensam pois “ja’ passei da idade de me importar com certas regras de etiqueta ou conduta”... haaaaa, sei.... Procuro respirar fundo e exercitar esse meu deficit.

Afinal, so’ fica velho quem não morre cedo, e eu pretendo ficar velhinha, velhinha... e espero que minha mãe ainda fique mais e mais velhinha, e que eu possa ficar com ela o tempo que der, longe ou perto, a despeito da distancia, se tu amas ja’ não esta la’? (palavras de Richard Bach, em Longe E’ Um Lugar Que Não Existe”).

Todo o meu amor a ti, amada mãe. Hoje e sempre. Nada tenho a presentear-te, exceto essas palavras, que espero, possas ouvir doces e suaves, com tudo o que de melhor se possa desejar a uma mãe nessa vida.

VIVA MUITO! VIVA MUITO MAIS! E FELIZ E COM SAÚDE! E’ O QUE IMPORTA!

TE AMO.
Ah! Sei o quanto foi difícil ficar 6 meses longe da sua casa, para estar concosco. Assim, fiz uma colagem com momentos inesqueciveis para todos nós da sua estadia por aqui. Ir ao Supermercado, ou a piscina já não são mais a mesma coisa... e tenho vontade de chorar de tanta dor...
(RC)

Arquivo Pessoal

2 comentários

  1. Que coisa Linda, Rê!! D. ELISA deve ser muito orgulhosa de vc. Filha dedicada. Que escreve com amor e AMA por inteiro!! Eu presenciei todo seu carinho e por isso posso dizer.... Filhona de ouro! ....saudades minhas tb da D. Elisa!! Bjs Jana

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