VIDA EXPATRIADA - COISAS QUE APRENDI - PARTE 1 (RC)


Vida expatriada


Coisa que aprendi:
O Brasileiro exagera ao receber para festas.

A comida tem que SOBRAR, e muito! Senão nao e’  símbolo de fartura.
Prefiro que não sobre, que não haja disperdício. Sei que e’  difícil calcular, mas dá-se um jeito. E existem dicas na web a respeito de como calcular pessoa x comida ou pessoa x bebida!

Isso e’  consequência de outra diferença cultural:
Se o estrangeiro da’ uma festinha para cinco convidados, cinco porcões individuais serão servidas, 5 brindes (se houver) serão entregues. 
Se aparecer alguém de “paraquedas” (o que nunca se espera), ele ficara’ “a ver navios”.
Nunca num bate-papo informal trate de assuntos polêmicos ou revele suas opiniões pessoais que envolvam países,  outras culturas, hábitos e afins.
Claro, se você tiver intimidade com a pessoa isso e’  bem possível, mas sempre mantenha cautela, para nao ofender o interlocutor.
Uma vez, num papo rolando, eu disse algo sobre o que eu “tinha ouvido falar” sobre determinado pais em relação “as crianças” por la’... A minha amiga, pulou alto e disse: meu marido  e’  de la’! e nunca vi isso por la’ nao!
Tudo bem! Logo eu que nao sei a diferença entre Suécia e Suica! Socorro! Como e’  que eu passei em Geografia nos bancos escolares?
Ou... um outro fora: “o pessoal da tal empresa e’ meio esnobe, não e’ não?” e a pessoa responde: ´´por que você diz isso? Meu marido e’ o Presidente!´´

Ou... pior: “você viu aquele velhinho com aquela garotinha? Podia ser o seu pai!” e a pessoa responde: ele “e’ “ meu pai e aquela e’  sua nova esposa!
CRITICAS, MAS NAO JULGAMENTOS.


E’ claro que e’  inerente ao próprio ser humano-pensante ter certas posições a respeito de certos assuntos e situacoes – e deve. Dai vem o que eu costumo dizer que é a CRITICA, e não o julgamento. Dentro de parâmetros próprios a gente tem opiniões a respeito de uma coisa ou uma pessoa, mas isso nao significa julga-la ou pior, condena-la. 
Ate’  porque, simplesmente, as vezes, a gente so’  não entendeu o que estava acontecendo.
Isso e’ um fato.
Exemplo pratico:
Tinhamos um casal de amigos europeus. Todas as vezes que nos chamavam para jantar, nos recebiam do “lado de fora” da casa, no máximo nos ofereciam um copo d’agua e íamos a um restaurante jantar. Ou jantar era servido la’ mesmo: do lado de fora da casa, digamos assim... na garagem (ao ar livre)!
Bem, na terceira vez que isso aconteceu, ja’  comecei a ficar “engasgada”: poxa, que sera’ que esta’ acontecendo? Para nos, brasileiros, a primeira coisa que a gente faz, e’ abrir as portas da casa, receber todo mundo, “mostrar a casa” (fala serio! Por que fazemos isso? Ja’ nao o faco a bastante tempo, pois nunca entendi a necessidade de tamanha invasão, especialmente meu próprio quarto).
Dai, antes de julgar, resolvi perguntar a outra amiga, da mesma região da europa que aqueles a amigos que nos recebiam do “lado de fora” e ela me disse:
“Renata, para nós, que nunca temos a luz do Sol por muito tempo, que nunca podemos estar do lado de fora da casa usufruindo ao ar livre, do tempo, da natureza, etc, e’ UM LUXO RECEBER VISITAS DO LADO DE FORA DA CASA!
OPS! Ela tinha toda razão, e minha cara caiu! Kkkkk! Aprendi com esse simples exemplo que tudo depende de onde e de como você foi educado e de seus costumes culturais e ate’  religiosos.
Tirar os sapatos antes de entrar em casa aqui e’ usual!, ja’ contei. Mas NAO ENTRAR sob qualquer hipótese com eles dentro de casa, muitas vezes  e’ muito mais que “higiene”, e’ RELIGIOSO, e nesse caso, você NAO PODE MESMO ENTRAR COM OS SAPATOS dentro da casa! E se quer ver seu amigo, e estar com ele, precisa cumprir o Rito, sem criticas.
(RC) 

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5 comentários

  1. Perfeito Renata! é isso mesmo, falo sempre isso para as pessoas que chegam (aqui na China essa questão cultural é como um soco no estomago de quem não está preparado...rs). Não conheço muito bem a vida diária na Tailandia e nem se é muito diferente da China, mas aqui nem a lingua a gente consegue alcançar...hehehehe. Beijo.

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  2. Renata, este teu post me fez lembrar de uma cena de uma filme, qdo os caras comeram e ai o outro disse: - arrota também, se nao arrotar eles ficam tristes pensando que vc nao gostou da comida, ahahhahaha.

    Eu tb recebo muitos amigos do lado de fora, mas olha as portas ficam abertas para o povo me ajudar a trazer a louca e a comida prá fora, ahahahhaha


    Bjao

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  3. Sabe q gosto da ideia de não usar sapatos dentro de casa? Um dia ainda terei essa oportunidade! rs
    Gostei desse post. Brasileiro é bem 'estranho' msm... tem q comprar comida pra um monte de gente, tem q dar palpite e desrespeitar o outro, essas coisas... gostei dos costumes!
    Bjs

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  4. POR EMAIL:
    Renatinha,

    Adoroas coisas que escreve sobre a Tailândia. Assim podemos saber um pouquinho de como funciona tudo por aí.
    Com certeza esse seu jeito comunicativo facilita muito na adaptação. Sem querer dizer que tudo é muito fácil.
    Continue fazendo esse trabalho maravilhoso.
    beijos
    Simone

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