JÚLIO CÉSAR, importante peca no Império Romano, quando divorciou-se de sua esposa Pompeia, apos admitir publicamente que não a considerava responsável, justificou-se dizendo a celebrebre frase: À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.
Desse modo, descobri que eu não era quem eu pensava. Ao menos no olhar dos
outros. Ou melhor, usando as palavras de César, não bastava eu ser (ou pensar que era) mas eu precisava "parecer"...
Pensei que eu fosse alegre e divertida
Descobri que sou exagerada e ridícula
Pensei que eu fosse generosa e amorosa
Descobri que sou orgulhosa e calculista
Pensei que eu fosse dedicada e amiga
Descobri que sou malvada e intrigueira
Pensei que eu fosse querida
Descobri que sou temida
Pensei que era engraçada
Descobri que sou grossa
Pensei que eu era sincera
Descobri que falo demais
Pensei que transmitia aos outros as coisas que eu sabia
Descobri que eu tenho mania de saber de tudo
Pensei que eu ajudava a escolher um tecido
Descobri que ‘’agora também vai decidir o que eu vou usar’’?
Pensei que sabia quem era meu amigo
Descobri que eu era seu inimigo
Pensei que escutava as pessoas e suas historias, e as
respeitava, e não as contava “por ai”
Descobri que “eu conto tudo por ai”, ou melhor, dizem que eu
conto para poderem aumentar um ponto!
Se sou alegre e espontânea, e não me envergonho nem escondo
isso, sou um problema.
Sim, sou mesmo um problema. Porque a alegria pura e simples
incomoda. A caridade incomoda. A bondade, incomoda. O desinteresse no
ganha-ganha e a disponibilidade da alma incomodam. Eu sei, muita coisa
incomoda. O outro pensar e mudar a própria vida fica muito mais difícil do que criticar e macular a imagem alheia.
Com tantas surpresas eu parei para pensar. Pensar mais ainda.
E… no final das contas o que descobri foi que não e' fácil ser
eu.
